Golden Boy

Capa da animação Golden Boy
Oe Kintaro é um jovem de 25 anos que cumpriu todas as disciplinas para se formar em Direito pela Universidade de Tóquio, mas não ficou até o final para pegar o diploma. Decidiu partir com sua bicicleta pelo Japão para conhecer melhor a vida em empregos diversos. E como diz o narrador ao fim de cada episódio, “talvez, algum dia, ele poderá salvar o Japão, ou até mesmo o mundo...”.
       Há aqui uma premissa interessante, mas provavelmente para quem nunca viu o mangá ou comentários a respeito do anime este não me parece ser o tipo de sinopse que irá convencê-lo. Partindo do pressuposto de que você já assistiu, vamos prosseguir em nossa análise.




História:

GOLDEN BOY não tem muito de original, começando de seu protagonista. Percorrer um país em busca de conhecimento já foi tema de inúmeros livros e filmes, mas talvez um dos que mais impactaram a sociedade foi On the Road (ou Pé na Estrada), de Jack Kerouac, publicado originalmente nos Estados Unidos, em 1957. Na trama, dois jovens partem de Nova Iorque em uma viagem pelo interior do país e levam de bônus uma viagem de autoconhecimento. O livro inspirou uma legião de pessoas nos anos 1960 – que ficou conhecida como Geração Beat.
A novidade aqui é transportar a história para o Japão atual – quando digo atual, lembre-se que o mangá começou por lá em 1992 – e envolver o Kintaro em empregos característicos do país asiático. Com algumas exceções, é claro.
 Mas o grande diferencial está na abordagem, que puxa bastante para o humor. Com direito àquelas caretas típicas dos mangás e animes. Ah, sim, quase ia me esquecendo, tem cenas de nudez, orgasmo e até um ataque aquático à pobre diretora de uma escola de natação.


Abertura:

Interessante sintonia entre início do capítulo já com o episódio em si, incluindo uma cena de humor, e depois entrando de fato a abertura do anime com os créditos aos autores. Aliás, se assistir só a abertura dá a entender que veremos uma história séria, provavelmente com algumas cenas de ação. Bem bolado.


Desenvolvimento da história:

Foram produzidos seis episódios no total. Em cada um, exceto no quinto – onde ele não dura muito e é logo demitido –, Kintaro tem um emprego diferente em uma localidade diferente do Japão. Todos terminam da mesma maneira, com ele indo embora.
São eles:
1º) Lições de informática – Kintaro trabalha em um escritório especializado em softwares. Depois de muita enrolação – aparentemente, ele não consegue fazer nada direito –, o protagonista se mostra um grande esforçado e termina um trabalho que a dona da empresa achava impossível de ser finalizado.
2º) Tentações da donzela – Kintaro vai trabalhar em uma mansão de um candidato à prefeito, cuja filha decide torturar o jovem seduzindo-o. Por fim, após levar uma verdadeira sova, Kintaro consegue provar à garota que ela só fazia isso com ele porque não gostava do modo como o pai a tratava.
3º) Perigo! Primeiro amor de uma virgem – Kintaro vira cozinheiro em um restaurante de comida caseira, onde o pai sofreu um acidente e ficou imobilizado em um braço. Pra variar, há uma garota na história, a filha do dono do restaurante. A jovem acaba enamorada de um, aparentemente, rico empresário que cuidou de seu pai após o acidente. O protagonista descobre que este queria mesmo era roubar o restaurante casando com a garota e depois se divorciando.
As mulheres 'caçadas' por Oe Kintaro em Golden Boy
4º) Nadando em um mar selvagem – Kintaro acabo indo parar bem querendo – afinal, seguia sua nova ‘vítima’ – em uma escola de natação, onde tenta conseguir o emprego de instrutor. Sua insistência leva-o a bater de frente com a diretora do local – a tal que ele seguia – e a desafia para uma competição. No final, ele prova que não precisa de métodos agressivos para transformar os alunos em vencedores.
5º) “Bolas” ao muro – Kintaro segue uma motoqueira bastante sensual e vai trabalhar na casa de um homem muito rico e extremamente rígido com seus funcionários. Demitido, ele segue a garota e acaba desafiado para uma corrida: ela com a moto, ele com a bicicleta. Se ganhasse ele a teria como quisesse. E poderia ter tido, se após sua vitória ele conseguisse frear.
6º) Animação é diversão – Kintaro vai trabalhar em um estúdio de desenhistas de anime que estão trabalhando no novo filme do artista Tatsuya Egawa – ninguém menos que o próprio criador da série. Aqui temos a reunião de vários personagens dos episódios anteriores e a prova, no final, de que o aprendizado do herói ainda está longe do fim.

Os episódios têm todos o mesmo ritmo. Não há construção do personagem, porque ele evolui apenas naquilo que a situação pede. E ainda tem a liçãozinha de moral: quem se esforça de verdade conquista o que quer.
As pegadas cômicas também são sempre as mesmas. Se minha contagem estiver correta, foram três episódios com o cidadão colado na privada onde haviam sentado as donzelas. Dá-lhe careta atrás de careta. Tá certo que, mesmo com o exagero, ficou engraçado.
Cena de Golden Boy
Mas nada, nada mesmo, supera a cena, no quinto episódio, quando ele está correndo contra a motoqueira e de repente a estrada acaba, mas Kitaro continua lá, com toda força de suas pernas, indo em frente e gritando: “Aprender, aprender, aprender, aprender”. É sensacional e muito hilário o salto dele. Podia jurar que ele ia conseguir, mas, enfim... É de chorar de dar risada.
O último episódio, sim, tem uma trama bem interessante. Porque além de envolver o próprio autor na história, ainda trata do trabalho para se montar um anime e junta boa parte dos personagens dos capítulos anteriores.


Conclusão:

“Vivendo e aprendendo”, eis um bom lema a ser levado em consideração. Golden Boy é bastante machista, mas é capaz de fazer sorrir também as damas. Infelizmente, é bem curto, mas com seis episódios consegue trazer uma boa história, com um protagonista interessante e coadjuvantes a altura.
Não vai marcar sua vida, não vai fazer você sair por aí andando de bicicleta para conhecer o mundo, quiçá o Brasil, mas garante boas risadas em um fim de noite quando preferir uma diversão caseira.


Ficha técnica:
Título: Golden Boy
Episódios: 6 (aproximadamente, 30 minutos cada)
Estúdio: Shueisha, Production, I.G
Ano de exibição: 1995
Direção: Hiroyuki Kitakubo
Baseado no mangá original de Tatsuya Egawa (Shueisha, 1992 a 1997)

5 comentários:

  1. Vale lembrar que o anime é um ecchi, mas o mangá que o origina é um hentai bem mais pesado!

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  2. O que a de sexista nesse anime pois ele em nenhum momento põe o homem em um status de superioridade.

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  3. "Golden Boy é bastante machista" comentário bosta e desnecessário, bem dessa geração que não aguenta nada e rotula tudo. O OVA é excelente e o mangá mais ainda, vale a pena assistir e se divertir.

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  4. O que mais me deixa intrigado nisso tudo, é o quantidade de pessoas em blogs incapazes de construir boas críticas. A superficialidade da obra serve para esconder muito do que realmente importa, isso é comum... Sim, Golden Boy nos faz rir bastante, ao ponto de querermos ignorar a lição de cada experiência do protagonista. Não se esqueça de que há camadas mais profundas que vão se revelando no decorrer da história (no anime, e, principalmente, no mangá).

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  5. O ruim é que tem pouco. Se tivesse 100 episódios eu veria tds umas 10x. Obra de arte. Fora os traços, animação, música... Td mto caprichado. Não achei nem um pouco machista, mas tem um humor de nicho, é mais voltado para homens, embora possa agradar garotas. É perfeito e nos deixa intrigados querendo conhecer mais do personagem. No começo vc fica puto pq ele é bem atrapalhado e avacalha mto, mas vc aprende a gostar do personagem e admira-lo. Como disse, o ruim é que são poucos episódios.

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