A garota que saltava no tempo | O tempo não espera por ninguém

“Quão real é o tempo... alguma vez chegará a um fim? De onde vem a diferença entre o passado e o futuro? Por qual razão nos lembramos do passado mas não do futuro?”
Stephen Hawking

Não, essa não é uma Observação sobre um gênio da física. É sobre Makoto, uma garota comum que cursa o colegial. Sua história poderia passar despercebida e ser mais uma entre tantas, mas essa menina tem algo incomum... ela descobriu uma maneira de viajar pelo tempo!

Inspirado em um romance, A GAROTA QUE SALTAVA NO TEMPO é um filme de animação japonês lançado em 2006, dirigido por Mamoru Hosuda e produzido pelo estúdio Madhouse.

Minha intenção é mostrar algumas das relações da obra com a Física e que a possibilidade de alterar e se locomover pelo tempo não, necessariamente, modifica nossos sentimentos. Então... salte conosco nessa Observação!

TEMPO, TEMPO, MANO VELHO...

Makoto tinha problemas com o tempo. Sempre dormia demais e chegava atrasada na escola. Porém, isso foi resolvido. Enquanto andava pelo laboratório de ciências e, graças ao fato de ser muito desastrada, achou um pequeno aparelho.

Graças a ele, Makoto podia saltar (literalmente) pelo tempo! Na verdade, nossa personagem descobre isso de uma forma bem peculiar: morrendo! Sim, ela morre devido à falha no freio de sua bicicleta, bem no começo da história, mas consegue voltar e evitar o acidente fatal. Não só isso. De início, ela voltará (saltará!) no tempo para fazer coisas muito interessantes como jantar algo diferente ou não deixar sua irmã comer seu pudim.

Makoto parece um menino (se não me engano, Makoto é um nome masculino no Japão... ou estou errado?) usa cabelo curto, adora jogar beisebol e tem dois amigos inseparáveis, Kousuke e Chiaki.

Para consertar ou manipular algo ela acaba criando outras situações onde tem que ‘saltar’ novamente para corrigir. Confuso, né? Resumindo, ela acaba criando momentos hilários com essas tentativas.

Os saltos no tempo começam a ficar mais sérios quando são para alterar algum fato sobre a amizade com os garotos. Logo se descobre que o número de ‘saltos’ é limitado. Uma espécie de contagem regressiva em forma de tatuagem aparece em seu braço. O que no começo é alegria começa a virar problema.

Quando Chiaki a convida para sair, a garota volta no tempo inúmeras vezes para evitar o convite. A relação entre os dois é o enfoque principal do enredo.

TEMPO-ESPAÇO!

É estranho prosseguirmos sem eu revelar um pouco mais do enredo da história. E gostaria de debater alguns fatores que, infelizmente, estragarão o filme para quem nunca o assistiu. Permite-me? Prossigamos, mas tenha isso em mente.

Chiaki é um garoto ruivo que, assim como Makoto, adora beisebol. Ele também não é nada cuidadoso com suas coisas. O rapaz acaba perdendo uma coisa importantíssima: o artefato que permite as pessoas saltarem pelo tempo.

Como é descoberto ao longo da história, Chiaki veio de um futuro nada agradável em que, aparentemente, viajar no tempo é algo até normal. Sua vontade de ver uma pintura, destruída em sua época, o fez voltar ao passado. É aí que sua história se cruza com a de Makoto e Kousuke.

Além do romance e de temas inerentes ao mundo adolescente o filme também abre uma reflexão sobre algumas questões da Física. O espaço-tempo como dimensão nos remete a alguns conceitos, por exemplo, da Teoria da Relatividade (Especial e Geral) de Einstein.

Infelizmente, segundo a teoria, viajar pelo tempo seria possível apenas se alcançássemos uma velocidade próxima ou superior a da luz!

Abri essa Obervação com a indagação do renomado físico Stephen Hawking (autor de livros como O Universo numa casca de noz e Uma breve história do tempo) exatamente por essa relação de A GAROTA QUE SALTAVA NO TEMPO com ciência.

Outro conceito interessante abordado no filme e que aparece em outras obras de ficção científica e fantasia é o de universos paralelos. A certa altura, Chiaki diz a sua amiga “Você não lembra, mas Kousuke e aquela garota morreram uma vez ali”.

Lembram da morte de Makoto no começo? Ela aconteceu, então, presume-se que ao voltar ao passado e modificá-lo, Makoto acabou criando outro universo, um universo paralelo onde ela não morreria naquele momento!

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Questões científicas a parte, o lado mais bonito do filme aparece quando Makoto revela seus verdadeiros sentimentos em relação a Chiaki e a Kousuke. Kousuke é mais um irmão, um amigo que ela pode contar. Já o que a moça sente por Chiaki é mais profundo. Difícil não se sentir agoniado quando ao fim, depois de tantos saltos no tempo, ela espera, ansiosamente, e pronta para dizer ‘sim’ ao ouvir seu amigo ruivo fazer a pergunta que tanto tentou evitar… “quer sair comigo?”. Mas o que sai é um misterioso “te espero no futuro”.

A GAROTA QUE SALTAVA NO TEMPO nos mostra uma menina que ao alterar a realidade ao seu redor conseguiu descobrir mais sobre si mesma e percebeu que dar saltos no tempo não muda o que seu coração sente.


A GAROTA QUE SALTAVA NO TEMPO
Título original: Tokio Kakeru Shojo
Estúdio: Madhouse
País de origem: Japão
Ano de lançamento: 2006
Roteiro: Satoku Okudera
Direção: Mamoru Hosoda

Filme observado por Tiago Oliveira.

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