É isso que consta no Universo Ultimate – uma espécie de outra dimensão, ou um universo paralelo, criada pela Marvel Comics em 2000 para adaptar desde o início as aventuras de seus principais personagens para os leitores do século XXI, a parte do cotidiano habitual de seus heróis (conhecido como Universo 616).
'A Morte do Homem-Aranha' – é assim que a capa da edição ULTIMATE HOMEM-ARANHA #159 e #160 (dentro da revista Ultimate Marvel #25) é apresentada aos fãs a aventura – reflete os últimos momentos de Peter Parker como Homem-Aranha neste universo.
Mas o que é a morte para um personagem? Será o fim de tudo? Será que haverá vida pós-morte nesta revista, neste universo? A resposta é SIM. Há vida após uma morte nas HQs, mas dessa vez acho que não há volta e desta vez parece ser para valer para o espetacular Peter Parker.
Mas vamos em partes nesta Observação e lhe mostrarei como isso acontece.
A AVENTURA
Finalmente as coisas pareciam ter se resolvido para Peter, após muita luta para conseguir ajustar o lado herói a sua vida normal. Mas sabemos que para alguém como ele – dotado de superpoderes – nada é fácil (a não ser que você seja um bilionário, como Bruce Wayne ou Tony Stark), portanto, na edição em questão, o amigo da vizinhança é deixado de lado na luta entre os Novos Supremos e Os Vingadores (lembrando novamente: do Universo Ultimate) e vai cambaleando, após levar um tiro, para casa.
Na tentativa do nobre herói voltar à sua residência, descobre que a gangue Osborn – composta por Elektro, Homem Areia, Abutre e Kraven, além do Duende Verde – havia descoberto sua verdadeira identidade, estavam atrás de sua cabeça. Em sua defesa estavam Johnny Storm (Tocha Humana) e Bobby Drake (Homem de Gelo) tentando bravamente segurar a situação, que estava muito ruim.
Só que, assim como no jogo Mortal Kombat I e II – onde você derrota um personagem, e sem carregar a energia, vem outro de cara –, o Homem-Aranha apanha sem dó, em desvantagem numérica e física.
Nessa hora, vendo-o quebrado e sem sua máscara, a população finalmente descobre que aquele garoto que costumavam ver como nerd e estudioso era o herói que salvara Nova York em vários momentos. E acho até que sentiram orgulho dele, eu sentiria, recordando das várias vezes que suas vidas foram salvas.Parker não se importava com o que estava acontecendo consigo, queria apenas definir a situação. Sem o apoio dos dois amigos, agora desmaiados, Parker recebe socorro de sua tia e sua namorada. E aí é está clímax da história – e uma coisa muito bem bolada –, a entrada triunfal, para não descrever fenomenal, de Tia May e Mary Jane para deter os inimigos. Sim, elas participam ativamente e dão a história o toque humano e frágil do ser superpoderoso que rui diante de suas fraquezas físicas e emocionais.
Ali estava todo o enredo de um final épico: herói juvenil, salvo por aqueles que sempre quis proteger. Mas seria fácil demais – e volto a insistir nada é fácil, ainda mais para o Aranha – e gastando suas últimas energias aplica o golpe final no vingativo Osborn.
Sob uma pálida Mary Jane e uma frágil Tia May, Parker sucumbe sem forças, mas ainda sorrindo diz:
“Não percebeu? Tá tudo certo. Eu consegui. Não deu pra salvar... o Tio Bem. Não importa... o que mais eu tenha feito. Mas eu te salvei. Deu certo. Eu...”
Em seguida termina sua jornada pela vida. Assim o mundo já não contava mais com o Homem Aranha, ou melhor, Peter Parker, um herói que representou os ideais mais básicos do ser humano, e mostrou os conflitos comuns que um adolescente normal da sua idade enfrentaria se também tivesse poderes. E mais do que isso, um herói que morreu defendeu estes ideais, defendendo o que acreditava: o sonho americano com o Capitão América (o tiro que ele leva, mencionado no começo deste texto, estava direcionado para o outro), sua tia e sua amada, além da própria população de Nova Iorque.CONCLUSÃO
Todos nós sabemos como é a morte de um super-herói. Súplicas, choros, remorsos, mas também sabemos que seu retorno será triunfal. Mas parece que dessa vez não veremos uma continuação em uma próxima edição.
A pergunta que faço é: Será esse, um processo habitual a se fazer com outros heróis mascarados? O funeral de Parker pode ser contextualizado como mais um ou podemos criar aqui um paradoxo de como nós enxergaremos a morte de um herói.
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| Miles Morales, o novo Homem-Aranha do Universo Ultimate |
Heróis nunca deveriam morrer. São heróis, infalíveis, invencíveis. Porém, são humanos – na maioria das vezes – e como humanos todos temos nosso tempo. Que a comunidade de heróis repense como será o mundo sem o Homem Aranha (ou melhor, sem Peter Parker, afinal você imaginou mesmo que o mundo, mesmo o Ultiverso, viveria sem um Homem-Aranha? Aguarde as próximas edições).
ULTIMATE HOMEM-ARANHA #159/#160
publicado no Brasil na revista Ultimate Marvel #25
Título original: Ultimate Spider Man #159/#160
Roteiro: Brian Michael Bendis
Desenho: Mark Bagley
Arte-final: Andy Lanning
Cores: Justin Ponsor
Editora: Panini Comics
Ano de lançamento: 2012
HQ observada por João Paulo Andrade.
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